Boletim Informativo Nº 30
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Dr Wesley Rodrigues Fernandes
A nova publicação sobre o manejo da doença aterosclerótica coronariana crônica da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) ressalta novidades e reforça evidências já consolidadas. A evolução constante e veloz, sustentada pelos inúmeros trabalhos publicados, faz com que a atualização contínua seja uma necessidade. Porém, o tempo escasso e a abrangência das informações tornam mais difícil essa renovação do conhecimento. As diretrizes vêm no sentido de facilitar a consolidação desses novos conhecimentos, ratificando-os de maneira sistematizada na prática clínica. Nesse sentido, trazemos aqui alguns pontos importantes dessa nova diretriz de coronariopatia, que resumem bem as mudanças.
Antes de qualquer terapia medicamentosa, a implementação de uma mudança do estilo de vida ressaltando a importância da atividade física como terapia coadjuvante. Essa estratégia reforça e encoraja a participação ativa do paciente em seu tratamento, indo além da exclusiva e tradicional dependência medicamentosa. Esse é um ponto fundamental, mas que as vezes é posto em um segundo plano, frente a todas as outras terapias já consolidadas e de mais fácil implementação. Incentivar a prática de atividade física regular, com exercícios aeróbicos e resistidos assim com a manutenção dessa prática, faz parte da estratégia central do tratamento da DAC crônica.
Seguindo com o reforço na recomendação antiga, manter níveis baixos das lipoproteínas plasmáticas com especial atenção para o LDL: abaixo de 55mg/dl de acordo com a ESC. Essa é uma das orientações antigas e já bem consolidada no meio clínico, mas que com o reforço e continuidade em sua indicação, confere mais segurança e certeza aos que tentam implementar essa meta mais rigorosa. De toda forma, o que se observa na prática é que esses níveis ainda não são encontrados na frequência adequada, existindo uma tolerância com níveis mais elevados. Mesmo sendo uma recomendação antiga e de conhecimento de todos, ainda há muito o que melhorar em sua implementação, começando com a melhora na acessibilidade das diversas terapias medicamentosas.
Sem mais recomendações antigas, as muitas novidades justificam a elaboração dessa nova diretriz. Começando com a indicação baseado no estudo SELECT, que avaliou a aplicação de 2,4mg/semana de semaglutida em pacientes com sobrepeso/obesidade e doença cardiovascular estabelecida, mesmo não sendo portadores de diabetes. A Redução de 20% nas taxas de eventos cardiovasculares maiores, justifica seu uso nos pacientes com DAC e, por isso, a recomendação IIa dessa nova diretriz.