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Oclusão Coronariana Crônica

Paciente M.G. C., 68 anos, portador de coronariopatia, doença pulmonar obstrutiva crônica, acidente vascular encefálico isquêmico prévio, insuficiência arterial periférica, hipertenso, diabético e dislipidêmico apresenta angina CCS III e insuficiêcia cardíaca classe funcional NYHA III com tratamento clínico otimizado.

 

Realizou cintilografia de perfusão miocárdica com evidência de isquemia significativa em parede anterior.

 

Cineangiocoronariografia e Ventriculografia Esquerda:

Aterosclerose coronária. Coronária direita com lesão obstrutiva discreta de 40% em 1/3 médio. Ramo Ventricular posterior com lesão obstrutiva discreta de 40% em origem. Tronco da coronária esquerda com lesão obstrutiva discreta de 20% em 1/3 distal. DA com oclusão crônica em 1/3 médio (proliferativa de Stent) e recebe circulação colateral intracoronária de grau II (Classificação de Rentrop). 1º pequeno Diagonal com lesão obstrutiva severa de 70% em origem. 2º Diagonal (moderada importância) com lesão obstrutiva severa de 70% em origem. Circunflexa com lesão obstrutiva moderada de 50% em 1/3 médio e outra lesão obstrutiva severa de 80% em fino 1/3 distal. 1º Marginal (moderada importância) com lesão obstrutiva severa de 70% em 1/3 proximal. 2º grande marginal com lesão obstrutiva discreta de 40% em 1/3 proximal. Ventrículo esquerdo exibe hipocinesia discreta antero-apical e FE 54%. Insuficiência Aórtica de discreta repercussão hemodinâmica. Aorta Ascendente de calibre aumentado.

Intervenção Coronária Percutânea:

Através da artéria femoral direita foi posicionado cateter guia XB 3,5 7 Fr (Cordis) na artéria descendente anterior. Passo seguinte foi cruzar anterógradamente com fio guia 0,014” Cross IT 200 XT (Abbott) com auxílio de microcateter Finecross 150 (Terumo) para acesso ao segmento distal da oclusão. Trocado fio guia por um fio-guia longo 0,014" 300 cm ChoICE PT Extra Support (Boston Scientific), seguido de ampliação do suporte com GuideLiner catheter (Vascular Solutions). Realizado pré-dilatações sucessivas e sequenciais com cateteres balões Mini Trek (Abbott) 1,2x8 mm a 18 atm e NC Trek (Abbott) 2,0x15 mm a 20 atm em segmentos médio e distal. Logo após, implante de stents Biomime (Meril Life Sciences) 2,75x40 mm a 14 atm em 1/3 distal e 3,5x40 mm a 12 atm em 1/3 médio. Aposição adequada dos stents através de pós-dilatação com cateter balão Pantera LEO (Biotronik) 3,5x8 mm em ambos segmentos a 20 atm em 1/3 proximal e a 12 atm em 1/3 médio, observando-se ampliação da luz arterial com adequado resultado angiográfico final com fluxo coronário TIMI III.

 

Discussão :

 

O tratamento de oclusão crônica deve ser considerado na presença de sintomas ou evidência objetiva de viabilidade/isquemia no território da artéria ocluída. Estudos observacionais sugerem que oclusões totais crônicas recanalizadas com sucesso conferem melhor sobrevida a longo prazo sobre os procedimentos sem sucesso. Além disso, maior alívio de angina e melhor estado funcional foram observados após recanalização bem-sucedida de oclusão crônica. A taxa de sucesso do procedimento é menor nas ICPs de oclusão crônica que em lesões não totalmente ocluídas, com taxa semelhante de complicações. As taxas de sucesso são fortemente dependentes da experiência do operador, incluindo em técnicas específicas, bem como da disponibilidade de equipamentos e dispositivos dedicados (cateteres, fios-guia e balões de muito baixo perfil, entre outros). O guideline de intervenção coronária do American College of Cardiology/American Heart Association classifica como classe IIa a angioplastia de oclusões crônicas em pacientes com indicação clínica apropriada e anatomia favorável.

 

Dr Renato Sanchez Antonio

Publicado em: 07/11/2017 - 19:42:36

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